Ouça a M80, faça o download da App.
PARTILHAR

Álbum da Semana: Blue Lines - Massive Attack

Todas as semanas, um álbum em destaque!

Álbum da Semana: Blue Lines - Massive Attack

Álbum da Semana com Sandra Ferreira

"Blue Lines" - Massive Attack

Lançado a 8 de abril de 1991, Blue Lines não foi só o álbum de estreia dos Massive Attack, foi o nascimento de um novo género. Chamaram-lhe trip hop mas podia chamar-se outra coisa qualquer — porque nenhum disco até então soava assim. 

Em vez de riffs rasgados ou refrões orelhudos para estádios, Blue Lines trouxe-nos um som mais contido e cheio de subtileza: ritmos pausados, atmosferas carregadas, vozes que murmuram mais do que cantam, e letras que tocam o coração com temas como o amor, a perda, a fé e a solidão urbana — tudo com a intensidade silenciosa das noites sem dormir. 

Gravado entre Bristol e Londres, o álbum foi produzido pelo próprio núcleo duro dos Massive Attack — 3D (Robert Del Naja), Daddy G (Grant Marshall) e Mushroom (Andrew Vowles). À mistura juntaram-se vozes inesquecíveis, como a poderosa Shara Nelson, o lendário Horace Andy e um jovem Tricky, que começava ali a mostrar o seu lado mais cru e enigmático. 

Top 5 do álbum

1. Unfinished Sympathy

É difícil falar de Blue Lines sem destacar "Unfinished Sympathy". É emoção em forma de música. Uma orquestra, uma batida simples, uma voz que se quebra em cada verso. Quando foi lançada, ninguém tinha ouvido nada assim na rádio. 
A crítica ficou rendida. O público, também. Décadas depois, continua a ser considerada uma das melhores canções da história da música britânica.  

2. Be Thankful For What You've Got

Originalmente escrita por William DeVaughn e lançada em 1974, "Be Thankful For What You've Got" é uma canção soul que prega a ideia de valorizar o que temos. Os Massive Attack transformaram esta faixa no seu estilo único, misturando hip-hop, reggae e soul com uma sonoridade atmosférica característica do trip-hop.   

3. Safe from Harm 

Em "Safe from Harm", o soul e o reggae cruzam-se com uma base eletrónica envolvente. A cadência é lenta e quase hipnótica. As camadas sonoras flutuam, entrelaçam-se e criam uma atmosfera densa, mas reconfortante. É uma faixa que mostra bem o que os Massive Attack fazem de melhor: transformar batidas em paisagens emocionais onde nos sentimos perdidos e protegidos ao mesmo tempo.  

4. Blue Lines   

“Blue Lines”, a faixa que dá nome ao álbum, é um dos momentos mais marcantes do disco. Resume na perfeição o ADN dos Massive Attack: batidas hip hop, guitarras etéreas e uma base rítmica inspirada no reggae. Tudo isto dá forma a uma paisagem sonora densa, emocional e introspectiva. Uma das faixas que melhor define o espírito de Blue Lines.   

5. Five Man Army 

"Five Man Army" é uma das faixas mais arrojadas de Blue Lines. Começa com uma batida forte e arrastada, onde o hip hop cru se mistura com ecos de reggae, criando mais uma vez um ritmo viciante e envolvente. A letra, cheia de metáforas e cadência, encaixa na perfeição com o groove hipnótico. É um retrato da identidade coletiva e experimental dos Massive Attack — e uma amostra da mistura ousada de estilos que tornou este álbum tão especial.  
  


Agora é a sua vez. Partilhe connosco as suas faixas preferidas deste álbum. 
Ou melhor ainda: ouça-o do início ao fim. De olhos fechados. Porque há discos que merecem atenção total. E Blue Lines é um deles.