Álbum da Semana: "The Dark Side of the Moon" - Pink Floyd

Álbum da Semana com Sandra Ferreira

"The Dark Side of the Moon" – Pink Floyd

Há quem diga que é o melhor álbum do mundo. Quem o ouviu pela primeira vez há 52 anos nunca tinha escutado nada assim.  

A sonoridade de The Dark Side of the Moon trouxe uma abordagem sonora que desafiava os limites da gravação de estúdio.  

Os Pink Floyd, liderados por Roger Waters e com a icónica voz e guitarra de David Gilmour, criaram um álbum que soava diferente de tudo e transformava a própria forma de ouvir música.  

Ouvir este disco leva-nos numa experiência. Ele não é feito de canções pop redondinhas com refrões orelhudos, é o oposto disso. Dividido em duas partes, cada lado do disco é uma peça musical contínua, onde cada música reflete uma etapa diferente da vida. É uma experiência de imersão total. Desde a primeira faixa, o “Speak to Me”, que serve de introdução ao álbum, até ao último acorde de Eclipse. 

A ideia nasceu da própria experiência da banda no estúdio e das inquietações sobre a loucura, o tempo e a condição humana. Alan Parsons esteve aos comandos da engenharia de som nos famosos estúdios Abbey Road, criando uma atmosfera surreal e imersiva com efeitos sonoros inovadores para a época. A fusão entre sintetizadores, gravações analógicas e os solos de guitarra épicos de Gilmour resultaram num som que parecia cinematográfico. 

Quando foi lançado em 1973, The Dark Side of the Moon teve um sucesso descomunal. O álbum passou mais de 700 semanas nos tops dos EUA, qualquer coisa como 13 anos. É até hoje um dos discos mais vendidos de todos os tempos.  Além do gigantesco sucesso comercial, o álbum foi amplamente aclamado pela crítica e ganhou inúmeros prémios. Tornou-se no álbum mais famoso do mundo.  

Top 5 do álbum

1. Money

É a faixa de maior sucesso do álbum. Abre o lado dois no disco de vinil. Fala sobre a ganância e consumismo. Ironicamente o sucesso da música e do disco tornaram a banda milionária. Os Pink Floyd usaram o som de moedas a cair num prato para esta música.  

2. Time

É um dos sucessos dos Pink Floyd que ainda hoje passa nas rádios. A introdução épica da música envolve-nos: é uma cacofonia de relógios e alarmes a tocar. A colagem sonora foi feita pelo engenheiro de som, Alan Parsons.

O som dos relógios foi gravado individualmente numa loja de antiguidades e depois editado para trazer uma sensação de tempo a passar. O som do despertador a quebrar o silêncio é como um aviso: Acorda para vida!  

3. Us And Them

É uma das mais belas composições dos Pink Floyd. Roger Waters escreve sobre a guerra e diz tanto com tão poucas palavras. A voz de Gilmour num tom imperturbável a dizer “Eu e tu/ Só Deus sabe que não é o que escolheríamos fazer.” O narrador está a falar diretamente com a pessoa que deveria ser sua inimiga. As palavras assentam numa base instrumental perfeita cheia de nuances que nos fazem levitar.

O piano melancólico de Wright, a guitarra de blues de David Gilmour e o saxofone tocante de Dick Parry aparecem e desaparecem, enquanto o baixista Waters e o baterista Nick Mason guiam o compasso, passando de um passo lento para uma aceleração vertiginosa. São mais de 7 minutos de música e valem cada segundo.  

4. Brain Damage

Aqui, o álbum mergulha no tema da loucura, simbolizado pela história de um personagem que perde a razão. A introdução simples e direta evolui para uma das músicas mais singulares do disco. 

5. Eclipse

“Eclipse” chegou a ser o nome inicial do disco. Nesta altura a banda tinha abandonado a ideia de chamar ao álbum “The Dark Side Of The Moon", porque tinha saido um álbum com esse nome dos Medicine Head. Este disco não vendeu muito e os Pink Floyd voltaram à ideia inicial para o nome do álbum e decidiram que esta última faixa que até então tinha o nome provisório “End” passasse a chamar-se “Eclipse”. A letra engloba todo o universo lírico das faixas anteriores. É o grande final para um disco épico!  
  

Este é o nosso TOP 5 deste álbum. Concorda? Diga-nos quais são as suas preferidas. 

The Dark Side Of The Moon é um dos discos que toda a gente devia ouvir pelo menos uma vez na vida.