Viagem aos Estados Unidos: da NASA a Hollywood
No país dos sonhos, a seleção de futebol demora a fazer... sonhar.
Os Estados Unidos são o país mais famoso do planeta, mas não pelo seu futebol. O tal sonho americano parece ainda longe de se concretizar num relvado de 11 contra 11. O país cria superheróis, efetiva heróis, influencia o que vestimos, ouvimos e vemos, mas no desporto-rei tarda a dar o salto maior como um Batman ou um Carl Lewis. Sorteado no grupo B, em que há um favorito claro, a irmã Inglaterra, talvez o apuramento no 2º lugar não seja uma miragem, tendo como adversários diretos o País de Gales e o Irão - com quem os Estados Unidos têm relações políticas complicadas.
Pequenos com os fortes
A formação norte-americana, de regresso ao Mundial oito anos depois, não está muito afirmativa. Sob os comandos do técnico Gregg Berhalter, qualificou-se à tangente no grupo da Concacaf, abaixo dos vizinhos Canadá e México. A seleção continua a ser composta por figuras secundárias em contextos clubísticos da alta roda europeia. A exceção talvez seja Giovanni Reyna, médio ofensivo de 19 anos, do Borussia Dortmund, com um toque de bola espantoso e que se augura que se tornará na estrela principal da seleção A. Para já, os Estados Unidos são só fortes com os pequeninos da América Central. Perante adversários mais fortes, empalidecem.
Soccer no estômago
Historicamente, a seleção masculina de futebol norte-americana tem sido uma sombra do seu próprio país, habituado a ver-se na liderança em tudo o que se envolve. A equipa A masculina de futebol vive não só na sombra dos feitos desportivos norte-americanos, como também da própria congénere feminina do país, tetracampeã mundial e tetracampeã olímpica. Apesar do chamado soccer ser o terceiro desporto com mais praticantes nos Estados Unidos, com 13 milhões de praticantes, e de estar em crescimento de popularidade há muitos anos, a seleção masculina raramente conseguiu engrandecer-se ao mais alto nível.
O país rapidamente se afirmou no primeiro Mundial de Futebol, em 1930, com uma presença nas meias-finais, mas viveria um apagão da maior competição de nações da FIFA, durante 40 anos entre 1950 e 1990, a pagar a fatura do soccer não ser o desporto-rei naquele enorme país e de só ter tido de forma muito esporádica uma liga profissional. A evolução foi lenta, com a ajuda da criação da Major League Soccer (o campeonato inter-estadual) e o aumento do interesse do público. Em 1994, foram o país anfitrião do Mundial e passaram à fase seguinte, eliminando uma das favoritas, a Colômbia de Valderrama e de Rincón, quando já tinham finalmente uma estrela: o excêntrico defesa-central Alexi Lalas, que sabia muito bem dobrar os atacantes adversários.
Mas a melhor campanha dos últimos 30 anos foi no Mundial de 2002, com a presença nos quartos-de-final. O maestro era o médio Claudio Reyna (a jogar então na Premier League, ao serviço do Sunderland) e o dono da baliza era Brad Friedel (também ocupado na Premier League, mas pelo Blackburn Rovers), que ficou na nossa memória pela sua figura física com afinidades com Frankenstein. Outro jogador se destacou dessa equipa, o avançado Landon Donovan, premiado com o FIFA Young Player Award. Os portugueses foram muito amigos dos americanos nesse mundial, primeiro com a seleção de Figo e Rui Costa que deu três golos de avanço (logo ao primeiro jogo) e, depois, já nos oitavos-de-final, com o árbitro Vítor Pereira, que não viu, o médio defensivo do Ajax John O'Brien a afastar a bola com o braço no ar dentro da área, o que mereceria um penalti a favor do rival México, nos tempos em que não havia VAR. Num jogo quezilento, valeu o instinto matador e a frieza norte-americana contra os nervos descontrolados dos mexicanos, num fulminante 2-0. Mas a frieza norte-americana não bate a frieza germânica. O sonho americano esbarraria nos quartos-de-final, em choque frontal com uma parede humana chamada Oliver Kahn (o guardião alemão) e a eficiência de Michael Ballack.
A maior superpotência musical
Os Estados Unidos juntam o imenso poder de uma indústria musical próspera com o imenso talento criativo que têm tido. Nenhum outro país deu a conhecer tão bem a sua música e influenciou tanto a do resto do mundo como os Estados Unidos. O número de géneros que tem nascido neste imenso território é dificilmente contabilizável e ilustra a diversidade das proveniências geográficas das ramificações genealógicas, quer das correntes de imigrantes, quer sobretudo das vagas de escravos africanos, que geraram vastas comunidades negras que influenciaram grandemente a música americana.
Um dos géneros americanos nascido nas comunidades de antigos escravos é o blues, dos antigos campos de algodão e do mundo rural. Dos tempos da austeridade económica da Grande Depressão, emergiram ícones como a cantora Bessie Smith, ou os guitarristas Blind Lemon Jefferson ou Robert Johnson. Depois, com as correntes migratórias das terras do sul para as cidades do norte, como Chicago, o blues eletrificou-se e alimentou e espalhou bastantes mais músicos do género, com a ajuda comercial da gravação de discos. Dessa era, Muddy Waters, Howlin’ Wolf, John Lee Hooker ou Bo Diddley foram alguns dos maiores, mas sem o grau de popularidade e de mundialização de B.B. King, um dos maiores guitarristas de blues de sempre. Também ligado à consciência do mundo rural estava a folk, de onde emergiram lendas como Pete Seeger, Hank Williams ou Woody Guthrie. Bob Dylan liderou a grande retoma da folk e adaptou-a ao rock, tal como a popular dupla Simon & Garfunkel, que deu a conhecer outro dos maiores compositores norte-americanos, o nova-iorquino do mundo Paul Simon. Do campo, semeou-se uma variante bem americana da folk, o country, com vultos com ou sem chapéu de cowboy como Patsy Cline, o rebelde Johnny Cash, o respeitoso Willie Nelson ou o obscuro Townes Van Zandt.
Das igrejas frequentadas pelos negros brotaram os espirituais, sobretudo o gospel, que foi uma autêntica escola de talentos, onde se formaram futuros cantores da soul como Aretha Franklin ou Ray Charles. Demasiado indomável para se portar bem em missas era James Brown, o padrinho da soul e patrão duro de uma banda altamente ritmada. Outra alma enorme da soul era Otis Redding, que prestigiou a editora Staxx. Mas a grande fábrica de êxitos soul foi a editora Motown, graças a formações como as Supremes, onde se celebrizou uma das grandes princesas da música americana: Diana Ross. Na Motown, houve quem tenha trilhado o seu próprio caminho autoral fora dos ditames da empresa, como Marvin Gaye e Stevie Wonder, nuns anos 70 de grande soul como os casos de Curtis Mayfield e Isaac Hayes. A soul não morreu e está hoje bem viva, tal como lembra atualmente o talento de Frank Ocean. De forma mais mestiça, a soul facilmente se infiltrou na pop e no rock, como Tina Turner (que se destacou na dupla Ike and Tina Turner), Whitney Houston e o sobredotado Prince. Mas foi o rival Michael Jackson a ter o trono de rei da pop. Madonna ocupou o lugar vago de rainha da pop, verdadeiramente a sua especialidade, com irreverência e uma capacidade de sobrevivência camaleónica. Hoje, Beyonce´, Lady Gaga, Taylor Swift ou Billie Eilish são ídolos globais da pop que vendem aos milhões.
Um dos géneros mais distintos de berço afroamericano é sem dúvida o jazz. A encorpar essa nova música nascida em Nova Orleães esteve Louis Armstrong, o rouco simpático de smoking, que cantava a sorrir quando não enchia as bochechas para tocar o seu querido trompete. É desses tempos áureos das big bands e do swing que começam a surgir vultos de outras etnias, como o clarinetista judeu Benny Goodman, ou o cantor italoamericano Frank Sinatra, tão grandioso que quando se fala da Voz, é a ele que se referem e a mais ninguém. Grandes cantores é, alias, algo que nunca faltou ao jazz, como o caso de Billie Holiday, a memória do passado de injustiça racial no tema 'Strange Fruit', ou Ella Fitzgerald. O jazz foi um viveiro de grandes instrumentistas e líderes de bandas, que se tornaram motores de progressos revolucionários do género, como o pianista Duke Ellington, o saxofonista Charlie Parker, o trompetista Miles Davis, o saxofonista John Coltrane, o contrabaixista Charles Mingus, o pianista Thelonious Monk, o baterista Art Blakey, e já em matérias vanguardistas de free jazz e de avant-garde, o saxofonista Ornette Coleman. Houve mais visionários... Herbie Hancock encaminhou o jazz para as eletrónicas, mas a Frank Zappa ninguém o encaminhou, muito menos o encaixotou, tão pouco rotulável era o seu génio. Outras personalidades fortemente híbridas de difícil encaixe nalgum género são a pianista Nina Simone ou, de forma completamente diferente, o rouco endiabrado Tom Waits. Mas música americana é certamente o que faziam (ou fazem).
Nos anos 50 nasce um dos géneros americanos mais populares em todo o mundo, o rock & roll, um cocktail explosivo de blues com outras coisas, de que Chuck Berry ou Little Richard foram as primeiras feras. Quando surgiu o branco Elvis Presley, o trono de rei do rock foi para ele, numa mania mediática que ganhou uma escala planetária inédita focada naquele agitado homem da polpa. A gama de rock & rollers tornou-se variada: Buddy Holly, o vozeirão de Roy Orbison e o bicho-carpinteiro de Jerry Lee Lewis pelo teclado do piano. Com o tempo, o rock foi perdendo o roll e os Estados Unidos encontraram nos Beach Boys os diretos competidores criativos com os ingleses Beatles. Fenómenos não faltaram ao rock como o psicadelismo de São Francisco, em nomes como os Grateful Dead ou os Jefferson Airplane, estes últimos presentes nalguns dos maiores festivais dos anos 60 como o Monterey Pop (em 1967) ou o Woodstock (em 1969). Os Doors, Jimi Hendrix ou Janis Joplin deram aura à década de ouro do rock, mesmo que a idade fatal dos 27 pusesse fim ao que já estava eternizado. Longe das massas estiveram os Velvet Underground, de onde sobressaiu outro génio musical norte-americano: Lou Reed. Ao longo das décadas subsequentes, o rock americano glorificou-se e popularizou-se com Bruce Springsteen (com ou sem bandana), Tom Petty ou, hoje em dia, os Foo Fighters. Algures a meio, Jeff Buckley deixou só um álbum completo em vida, sem tempo para o grande público que certamente também teria se a morte precoce não tivesse ocorrido. Mais underground foi o prenúncio do punk e o seu nascimento. Antes do berço no bar nova-iorquino CBGB's ao som dos Ramones, os Stooges e Iggy Pop já tinham desbravado esse rock mais selvagem. Patti Smith, os Television, os Talking Heads, os Blondie ou os Suicide encontraram o futuro depois do punk, na vaga de new wave, a partir de Nova Iorque. Nas suas várias mutações, o rock encontrou no indie norte-americano novas correntes frescas ao longo dos anos 80, como os invulgares Violent Femmes, os condenados ao sucesso R.E.M., os mestres da distorção Sonic Youth, os ferozes Hüsker Dü, ou os Pixies, que inverteram o que se espera de um refrão. De costa a costa, o indie dos anos 90 foi tão ou mais excitante, no rolo compressor dos Smashing Pumpkins, na espécie de sinfonia de guitarras elétricas dos Pavement, no homem-puzzle Beck, nos jazzísticos Morphine e Soul Coughing, na resistência dos Yo La Tengo, no slowcore dos Low, na afinidade com a folk dos Grant Lee Buffalo e dos Mazzy Star, e no humor megalómano dos Magnetic Fields, sob o génio de Stephin Merritt. As grandes mulheres cantautoras norte-americanas afirmaram-se cada vez mais como uma realidade na pele e raça de Tori Amos, das imprevisíveis Fiona Apple e Cat Power, ou, cada vez mais, na princesa glamourosa Lana Del Rey. O decreto da morte do rock soou a estafado, mesmo no século XXI, sobretudo quando o mundo passou a ouvir os Strokes ou os White Stripes. Com mais ou menos sons étnicos, como os Vampire Weekend, com mais ou menos sintetizadores, como os MGMT, ali estão sinais da sobrevivência e saúde exemplares do indie-rock dos Estados Unidos.
A capacidade balística do país a nível de rock pesadão é tremenda, basta lembrarmo-nos do rock industrial, mais concretamente de grupos como os Nine Inch Nails ou os Ministry. Tiveram cenas mais locais, por vezes segredos muito mal guardados como a erupção de grunge à volta da cidade de Seattle, devido a bandas como os Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden ou os Alice in Chains, que criaram a moda invernal das camisas de flanela em muitas escolas. No metal, os maiores são os Metallica, por muitos subgéneros e nomes emblemáticos que tenham vindo de Terra de Tio Sam. No aparentemente mais moderado hard-rock, os Estados Unidos também estavam em casa, com os mais bluesy ZZ Top, os mais convencionais Aerosmith, os excêntricos Kiss, os Van Halen, os populares Bon Jovi ou os incontornáveis Guns N' Roses.
Se o mundo tem dançado muito, deve-o à grande minoria afroamericana que nunca parou de inventar géneros, como o caso do funk, derivação de tanta coisa, a que os Sly and the Family Stone, ou os projetos de George Clinton, como os Funkadelic ou os Parliament, se souberam apegar. Uma das maiores bandas rock americanas de sempre, os Red Hot Chili Peppers, alimentaram-se muito do funk para a sua triunfal carreira. Na eletrónica, a Europa esteve muitas vezes um pouco mais frente, mas do outro lado do Atlântico foram vários os momentos de pioneirismo, como o disco, em especial na boémia de Nova Iorque dos sexuais anos 70. Donna Summer, Glorya Gaynor, as Sister Sledge ou os Chic foram a matéria musical de um movimento que fora eternizado na sétima arte pelo filme "Saturday Night Fever", que fez de John Travolta uma estrela. Já a noite de Chicago ajudou a florecescer um outro grande género de eletrónica, o house. Mais longe dos centros urbanos mais abonados, nasceu nos guetos de Nova Iorque o hip hop, que bairros desfavorecidos de outras cidades americanas rapidamente adotaram. Emerge assim uma cultura de rua fortíssima, que ocupa o ar (pela palavra do rap), a mesa (no giradisquismo traquina do DJ), o chão (o breakdance) e as paredes (os graffiti). Os Run-DMC dão um empurrão valente ao hip hop ainda na primeira metade dos anos 80, mas o período áureo ainda estava para acontecer, com uma sucessão de grandes álbuns no final dos anos 80 e início dos anos 90 a cargo de gente da área metropolitana de Nova Iorque como os Public Enemy, os De La Soul, A Tribe Called Quest ou os Wu-Tang Clan. Da west coast, veio a reportagem de guerra dos N.W.A. Com os anos 90 mais avançados, criou-se um conflito Este - Oeste, que terminou mal para dois dos benfeitores do hip hop: os ex-amigos Tupac Shakur e Notorious B.I.G. As armas baixaram, mas não as palavras e as ideias. Os OutKast, Kanye West, Jay-Z ou, sobretudo, Kendrick Lamar simbolizam o melhor do hip hop ao longo dos últimos vinte e tal anos. A pular ao mesmo tempo entre o hip hop e o rock, os Beastie Boys foram gigantes. De forma mais politizada, os Rage Against the Machine e os Cypress Hill também se destacaram por uma certa hibridez.
Para um país tão forte na cultura popular, modernizando-a, enganam-se se falta erudição à música norte-americana. Alguns dos maiores compositores do século XX vieram dessa porção de terra continental, como George Gershwin (sempre embrenhado no jazz), Charles Ives, Elmer Bernstein, ou Samuel Barber. Claro que as suas composições foram aproveitadas para bandas sonoras de filmes, quando não eram mesmo encomendas diretas. Habituados a trabalhar diretamente para a sétima arte estiveram os compositores Wendy Carlos, Bernard Herrmann (o fiel dos filmes de Hitchcock), ou John Williams, criador de numerosas bandas sonoras que reconhecemos de ouvido, como as da "Guerra das Estrelas", "Superhomem", "ET - O Extraterrestre" ou a sequela cinematográfica de Harry Potter. Nas vanguardas, John Cage, por via do avant-garde (e não só), ou Philip Glass e Steve Reich, por intermédio do minimalismo (e não só), foram ou têm sido outros dos compositores norte-americanos de excelência. Impenetrável em qualquer mundo, mas sempre a observar tudo, tem estado Laurie Anderson, a violinista e artista de spoken word, que é uma das músicas mais carismáticas em palco.
Os norte-americanos mudaram muito a forma como passámos a olhar para a instrumentação, graças a invenções do país como a guitarra elétrica e o baixo elétrico, cujas marcas de fabrico, como a Fender e a Gibson, se tornaram também modelares. Também outros instrumentos originalmente americanos se infiltraram de forma indistinta a uma escala global como o kazoo ou o vibrafone. Mais facilmente ligados ao imaginário americano, seja pela folk ou pelo country, são a steel guitar, o banjo, o mandolim, ou o saltério dos apalaches. Do Havai (via Portugal, através da afinidades com o cavaquinho), sobressaiu o maneirinho ukulele.
Muita da grandeza da música também veio de quem a soube filmar no momento certo e no local certo com uma repetição que não deve ser só sorte. Um dos casos mais paradigmáticos de conciliação de cinefilia com melomania é do documentarista D.A. Pennebaker, que registou para a posteridade a digressão britânica de Bob Dylan (em 1965), o festival Monterey Pop (em 1967), o cume ao vivo da fase Ziggy Stardust de David Bowie (em 1973), ou a primeira digressão a larga escala de uma banda rock sem guitarras como os Depeche Mode (em 1988).
Hambúrguer à mão, peru à mesa
Os Estados Unidos vendem muita comida ao mundo, mas vendem-se mal. A comida interna é melhor do que se julga, apesar da má imagem, propagada pelas maiores cadeias de fast food. Os hambúrgueres e os hot dogs (o cachorro ao modo americano) são comida rápida americana adotada por países como o nosso. Mas em negócios mais pequenos de fast food nos Estados Unidos, como os restaurantes de estrada, há um trato mais familiar e doméstico e um maior cuidado com a qualidade da matéria-prima.
Os americanos são conhecidos por comerem em grandes porções, é tudo à grande escala. Há hábitos alimentares conetados com determinados dias. No mais invernoso Dia de Ação de Graças, come-se peru assado. No mais veraneante Dia da Independência, fazem-se churrascos de hamburguéres, salsichas e outras carnes, em que as melancias e os gelados costumam fazer parte da fotografia. Já no Halloween, a torta de abóbora é um doce recorrente.
A comida nos Estados Unidos reflete a influência das numerosas comunidades de imigrantes que se foram americanizando. Nova Iorque é, aliás, uma permanente exposição mundial de gastronomia, com uma diversidade incomum de restaurantes. Há muitíssimas décadas que é uma misturada de comidas: italiana, judia, chinesa... A proximidade dos vizinhos também se faz sentir nalguns estados, em particular no sul, onde se sente a influência da gastronomia mexicana, no que se passou a chamar de tex mex, com os norte-americanos a familiarizarem-se há muito tempo com as tortillas e os nachos. Há também pequenas bolhas de resistência local que transportaram e mantiveram os hábitos das zonas europeias de onde vieram. E regiões mais autênticas, como o estado de Louisiana, terra da cajun cuisine - arroz com um pouco de tudo, de preferência peru, e recurso a mariscos (lagostim) e a enchidos (salsichas) - e onde se come muito a soul food (muito comida pelos afroamericanos). Uma constante em todos os Estados Unidos são os fritos. Leva-se muito a sério as batatas fritas (as french fries) e há o costume de se comer frango frito, um dos modos mais comuns de fast food no país.
Há uma série de doces popularizados nos Estados Unidos que se inseriram no nosso horizonte, como as argolas mais famosas do mundo, os donuts, claro, sem esquecer outras guloseimas como os cookies com pepitas de chocolate e os brownies. O banana split - outra invençâo americana, de bananas com bolas de gelado e coberturas de chocolate quente e de natas batidas (e outros extras) - faz parte de muitas listas de sobremesa de restaurantes portugueses. Uma bebida gelada que quase se confunde com uma sobremesa é o milkshake, também disseminado nalguns restaurantes e, sobretudo, nas gelatarias. Mas nenhuma bebida americana é mais famosa que a Coca-cola, marca que se confunde com o próprio refresco, a borbulhar em todo o mundo e com um design oval da garrafa de vidro que se tornou icónico e que embaciado se torna tentador ao olhar.
Os Estados Unidos foram-se tornando um grande produtor de cerveja, de uma grande diversidade de pale ales muito consideradas pelos apreciadores em todo o mundo. Contudo, nenhum liquido alcoólico marcou tantas cenas de filmes americanos como o bourbon, o famoso whiskey americano, que até dá nome a uma das ruas de Nova Orleães, a histórica Bourbon Street. O país mais poderoso do mundo é também célebre pelos cocktails que foi inventando. Um dos que se espalhou pela Europa é sem dúvida o Long Island iced tea, uma mistura diabólica de um poucochinho de tudo menos de chá: rum, vodka, gin e triple sec com sumo de limão e umas gotinhas finais de Coca-cola a colorir aquele copo grande atravancado de gelo. Mas melhor que a vista é o sabor.
Os superheróis existem
Se se fala tanto no sonho americano, uma das suas maiores fábricas foi o cinema de Hollywood, que universalizou o imaginário dos Estados Unidos. A sétima arte do país rapidamente descolou, nos tempos do cinema mudo, e teve os seus próprios heróis, como o comediante Buster Keaton. Com o sonoro, vieram os musicais e os pares românticos com uma imensa habilidade no sapateado, como foram os casos de Ginger Rogers e Fred Astaire ou Gene Kelly e Judy Garland. Sucederam-se clássicos como "O Feiticeiro de Oz", "Um Americano em Paris", "Serenata à Chuva", ou, já nos anos 60 e com outra geração, "West Side Story", que tinha passado pelos teatros da Broadway. Hollywood era também uma fábrica de sonhos na animação, muito por culpa do visionário Walt Disney, que desenhou o Rato Mickey, mas que, como produtor, soube levar ao cinema histórias marcantes como as de "Branca de Neve e os Sete Anões", "Pinóquio", "Dumbo", "Bambi", "Cinderela" ou "Peter Pan". Esse mundo de sonhos foi crescendo e é hoje uma das maiores redes audiovisuais do mundo, com alguns dos maiores parques temáticos do mundo com o seu nome. Outra das maiores produtoras de animação norte-americanas tornou-se a Hanna-Barbera, destacada com a dupla Tom and Jerry e que cresceu muito na televisão com outras séries marcarntes como "The Flintstones" e "The Smurfs". Em carne e osso, Orson Welles imortalizou-se como um dos maiores cineastas de sempre, com uma heterogeneidade que lhe permitiu fazer coisas tão diferentes como "Citizen Kane" ou o ensaístico "F for Fake". Frank Capra, mais inclinado para a comédia, e Billy Wilder, mais assolado pelo drama, enriqueceram grandemente o cinema americano ao longo dos anos 30 e 40. Nos anos 40, arrancaram outras filmografias colossais como as de Nicholas Ray ou de Elia Kazan, que trabalharam com atores de culto juvenil como James Dean e Marlon Brando, nos anos 50, década flamejada pela loira eterna, Marilyn Monroe. Um género que se fez no cinema americano foi o western, em desventuras entre índios e cowboys, de que se tornou mestre John Ford, que teve como ator predileto o amigo John Wayne, outro dos gigantes americanos da grande tela. Farto do mundo de Hollywood ficou Stanley Kubrick, que nem por isso deixou de fazer longas-metragens marcantes como "2001 - Odisseia no Espaço" ou "The Shining". Desencaixado de Hollywood mas não totalmente fora dele, filmou John Cassavetes, com uma das maiores obras cinematográficas do país, em grande intimidade com o teatro. O nova-iorquino Woody Allen foi outro cineasta norte-americano desligado de Hollywood que nem por isso deixou de fazer filmes, quase sempre com a marca do seu humor e da sua persona exaltada por defeitos. Dois italo-americanos fazem-se notar a partir dos anos 70, Martin Scorsese e Francis Ford Coppola. "Taxi Driver", "Touro Enraivecido" ou "Tudo Bons Rapazes", de Scorsese, tiveram o mesmo protagonista principal: o ator Robert De Niro, que está para os filmes de gangsters como John Wayne está para os westerns. Francis Ford Coppola esteve por trás da trilogia de "O Padrinho" ou da expedição militar bem dramática de "Apocalypse Now". Já com carreira de ator, Clint Eastwood começou a sentar-se no cadeirão de realizador a partir dos anos 70, e a dirigir-se a ele próprio. Sempre um pouco mais virado para os sonhos esteve Steven Spielberg, a dar magia a um dos grandes heróis do cinema, o explorador Indiana Jones, e a personagens de sci-fi como o E.T. O seu amigo George Lucas criou o épico espacial "Guerra das Estrelas", uma sucessão de trilogias que nenhum fã quer que termine. Já a entrar de forma mais mórbida pelas fábulas, Tim Burton tem sido o mestre do cinema gótico, que tem mascarado o ator "Johnny Depp" como "Eduardo Mãos de Tesoura", Willy Wonka (em "Charlie e a Fábrica de Chocolate") ou até como boneco animado em "A Noiva Cadáver". David Lynch meteu-se noutros sonhos, sempre a resvalar para os pesadelos, numa mestria de estranheza, em road movies ou não, em descapotáveis de alta velocidade ou em tratores. Lynch tem tido visão cinematográfica e até teve televisão, quando fez a enigmática série "Twin Peaks". Também dentro do cinema autoral, Quentin Tarantino tornou-se um dos monstros, não só por causa das voltas e reviravoltas de "Pulp Fiction". Spike Lee, nas ruas dos guetos, Jim Jarmusch ou Hal Hartley tornaram-se outros nomes de culto do cinema independente americano.
Com a ajuda do cinema ou não, a literatura norte-americana tem dado ao mundo grandes clássicos, como "Moby-Dick" (de 1851) de Herman Melville, "As Aventuras de Tom Sawyer" (de 1876) de Mark Twain, ou "The Great Gatsby" (de 1925) de F. Scott Fitzgerald. Sem grande surpresa, é o segundo país mais premiado com o Nobel da Literatura, com 13 laureados, entre os quais John Steinbeck (o escritor de "As Vinhas da Ira", de 1939), William Faulkner ou Ernest Hemingway. Como Harper Lee foi escritora de um só livro durante quase toda a sua vida, "Mataram a Cotovia", de 1960, nunca poderia ser uma das indigitadas do Nobel. Três anos antes, em 1957, Jack Kerouac fazia história com o livro de estrada "Pela Estrada Fora", uma das obras maiores da Beat Generation, que inspirou uma nova modernidade espiritual, que influenciaria contraculturas dos anos 60 como os hippies. Paul Auster é hoje um dos escritores vivos mais relevantes, mas nenhum escritor vende tanto como Stephen King, aclamado como o Rei do Terror. Os seus livros têm inspirado dezenas e dezenas de adaptações para o cinema. Nos domínios da ciência, ficaram céleres os livros de Carl Sagan, sobretudo "Cosmos", a partir da série de TV com o mesmo nome, que eram as melhores aulas de astronomia que poderíamos ter. Mais virados para os palcos do teatro, Tennessee Williams e Arthur Miller afirmaram-se como dois dos grandes dramaturgos do século XX. Na poesia, a literatura norte-americana tem conquistado credibilidade desde há 200 anos, graças à profundidade pensadora de Edgar Allan Poe, Walt Whitman ou, já no século XX, Sylvia Plath. Noutra forma de literatura, os Comic Books tornaram-se populares nos Estados Unidos a partir da difícil década de 30, numa guerra nuclear entre os superheróis da editora DC Comics (Super-Homem, Mulher-Maravilha e Batman) e da sua rival Marvel (Homem-Aranha, Hulk, Thor ou Capitão América). Noutro tipo de banda desenhada, de pensamentos mais cómicos, fizeram história as tiras de "Peanuts" de Charles M. Schulz, que mundializaram personagens como Charlie Brown e Lucy ou o cão Snoopy.
Com aglutinadores culturais de peso como o Getty Center, em Los Angeles, ou o Museum of Modern Art, mais conhecido como o MoMA, em Nova Iorque, os Estados Unidos têm estado muitas vezes na dianteira das artes visuais. O expressionismo abstrato passou muito pelas pinceladas selvagens de Jackson Pollock ou pela maior harmonia de Mark Rothko. No culto aos bens de consumo e aos grandes ídolos do cinema e do rock, a pop art foi o grande movimento, com o pintor e escultor Andy Warhol como o mais mediático, e com direito a 15 séculos de fama e não só 15 minutos. Keith Haring, que passou pela pop art, foi cultor da street art e fez parte da história do século XX. A fazer história hoje e nas décadas mais recentes tem estado Matthew Barney, a fazer das suas instalações as suas estrelas de cinema de video art. Também dado a tudo foi o norte-americano Man Ray, um dos grandes fotógrafos, como, no olhar às gentes americanas, Robert Frank, ou nas margens da sociedade, Diane Arbus, Robert Mapplethorpe ou Nan Goldin. Antes das selfies, a camaleónica Cindy Sherman tem-se fotografado com muita arte desde os anos 70. Noutra arte que fascina o olhar, os Estados Unidos é um mapa recheado de marcos arquitetónicos. O Museu do Guggenheim (de Nova Iorque) retrata a excelência do arquiteto Frank Lloyd Wright, a grande sala de espetáculos Walt Disney Concert Hall (de Los Angeles), é uma obra-prima de Frank Gehry. De outros tempos, muitos dos arranha-ceús que caracterizam os cenários urbanos das grandes cidades norte-americanas resistem como prodígios da arquitetura, como os vertiginosos Flatiron Building, de Daniel Burnham, e o Empire State Building, de William F. Lamb, ambos em Nova Iorque. Outros cenários urbanos atraem o olhar turístico, como a inclinada São Francisco ou a mais burlesca Nova Orleães, cheia de tradições e de autenticidade. Quanto à paisagem americana, tanto oferece montanhas rochosas deslumbrantes como o Grand Canyon, como paraísos tropicais veraneantes como o arquipélago do Havai, no meio do Pacífico. Há espaço para tudo, até para todo o tipo de bicharada, alguma dela mais específica como os coiotes (espécie de lobos mais esguios), os bisontes-americanos, lebres com grandes orelhas como a lebre-da-califórnia, mamíferos marsupiais como os gambás ou, na vertente de répteis, os alligators e os crocodilos americanos. Há também ursos para todos os gostos, pardos ou polares (estes últimos mais no Alasca), numa terra tão grande onde se escondem uma série de felinos como panteras e pumas, e se arrastam sorrateiramente vários tipos de cascavéis, como a cascavel do Texas. A nível mamíferos roedores, há toda uma gama de castores e, noutros géneros, vários tipos de tipos de raposas e de esquilos, em parques naturais enormes sobrevoados por aves de rapina como os gaviões, as águias, ou, o maior deles todos e de penas bem escuras, o condor-da-califórnia.
A variedade dessa fauna tem sido captada por uma publicação que tem merecido um consensual respeito, a National Geographic, de um país com meios de comunicação social credíveis como a revistas Time e Newsweek, ou a cadeia de televisão CNN. Nos domínios da televisão, os Estados Unidos também têm influenciado o mundo, através das grandes plataformas, como a Netflix ou a HBO. Mas outras empresas se infiltraram no nosso comportamento como os motores de busca de net Google e o Yahoo!, tal como as multinacionais informáticas Apple (com uma abragência muito para lá do iPhone) e Microsoft (que nos tem dado os sistemas operativos da Windows e os andróides), de um país com um potencial tecnológico também verificável na marca de computadores HP. Os americanos também percebem de motores de transportes, a fazer aviões como a Boeing, ou automóveis como a Ford. Nem as máquinas fotográficas lhes escapam, como a Kodak, que nos lembramos mais por cauda daquelas caixinhas amarelas de rolos fotográficos.
Os americanos mudaram os nossos comportamentos nas roupas, sobretudo nas calças jeans, e nisso a omnipresente marca Levi’s continua a dar o seu contributo de forma bastante evidente. Também nos habituámos aos modelos de ténis norte-americanos All Star (da Converse) ou à panóplia desportiva da Nike. Outra mudança determinada por companhias americanas é a forma como passámos a armazenar coisas, sobretudo comida, em recipientes de plástico, os chamados tupperwares, um estrangeirismo já adotado pela língua portuguesa, mas que é nome da empresa responsável, a Tupperware. Mesmo nos bens alimentares à disposição nas prateleiras de supermercado, a nacionalidade norte-americana está bem presente, basta pensarmos em chocolates como os M&M’s ou os Snickers, nas bolachas Oreo, nos pacotes de cereais da Kellogg's, nos ketchups e maioneses da Heinz, nas batatas fritas Lay's, Cheetos e Pringles, nos triângulos de milho Doritos, nos gelados da Häagen-Dazs e da Ben & Jerry's, nas pastas de dentes da Colgate, nos detergentes Tide ou nas pilhas Duracell. Mesmo nas lojas de bricolage, há marcas universais made in USA como o produto WD-40, que ajuda a desenferrujar fechaduras de portas e afins.
Os americanos tiveram sempre a mania de serem os primeiros a fazerem qualquer coisa. Nem que tivessem que inventar. Graças a Benjamin Franklin, temos pára-raios. Thomas Edison colecinou patentes, como a invenção, entre outras coisas, da lâmpada incandescente, do fonógrafo e do cinematógrafo. Devemos aos irmãos Wright a criação do avião motorizado e a Samuel Morse o código Morse, tão fundamental nas comunicações no século XIX e XX. Por terra, no fundo do mar, no ar ou até no espaço, os americanos efetivaram sonhos que faziam só parte da ficção. Robert Peary foi o primeiro homem a pisar o centro do Pólo Norte. Don Walsh foi o primeiro (juntamente com o suíço Jacques Piccard) a atrever-se a descer até ao ponto mais profundo do mar, a Fossa das Marianas, nuns escuríssimos 10,916 metros abaixo da superfície. O piloto Charles Lindbergh foi o primeiro homem a cumprir a primeira travessia aérea do Atlântico sem qualquer paragem. Neil Armstrong foi o primeiro homem a pisar a Lua, na missão mais histórica de sempre da NASA, a maior agência espacial do mundo.
Tal como o Reino Unido, os Estados Unidos têm o seu próprio ecossistema desportivo, com modalidades que apaixonam o país como o basebol e o que chamamos por cá de futebol americano (para as gentes de Tio Sam, football é mesmo esta modalidade de capacete), que tem um dos momentos mais mediáticos do ano com o Super Bowl, a grande final da NFL (a liga de futebol americano). Desse ecossistema mais próprio, há os famosos rodeos, ou a conversão em atividade desportiva do que fazem os cowboys, aos saltos em cima de cavalos e de vacas endiabrados ou a lançarem-se para cima de vitelas. Quem prefira o frenesim do asfalto, tem com que se entreter com as várias competições internas de automobilismo como o IndyCar Series ou o NASCAR, com um epicentro mítico na pista de Indianapolis. Mas os americanos inventaram um desporto que o mundo convencionou, o basquetebol, que conjuntamente com o basebol, o futebol americano e o hóquei no gelo, faz parte dos quatro desportos coletivos mais populares do país, graças às milionárias e competitivas ligas profissionais que os agigantam. No caso do basquetebol, essa liga interna é, como bem sabemos, a NBA, onde despontaram alguns monstros dos cestos como Kareem Abdul-Jabbar, Magic Johnson, Michael "Air" Jordan, Kobe Bryant, ou, ainda no ativo, Lebron James e Kevin Durant. No hóquei no gelo, a memória é bem mais coletivista do que individualizada numa personalidade: qualquer cidadão do país com mais de 50 anos lembra-se bem do "Miracle on Ice", quando David derrotou Golias, isto é, quando a bem jovem seleção norte-americana venceu a super-favorita e profissionalizada formação soviética na final olímpica de 1980 em Lake Placid, em plena Guerra Fria entre as duas superpotências. Sem merecer uma grande liga profissional, o voleibol é também uma criação americana que faz parte dos nossos programas de formação desportiva escolar, e que tem merecido diversas derivações, como o caso do vólei de praia, que também está debaixo do arco olímpico. Outros desportos também têm génese americana, como o skate, o windsurf ou o esqui aquático. O surf ganhou muito do seu culto nas ondas americanas, e é em cima dessa prancha que se destacou um dos maiores desportistas de sempre deste planeta, Kelly Slater, 11 vezes campeão do mundo (um marco fora da escala humana). Nos Jogos Olímpicos, os Estados Unidos costumam dominar o medalheiro geral. Gigantes nunca faltaram. No atletismo, os velocistas e saltadores Jesse Owens (em 1936) e Carl Lewis (em 1984) tiveram uma proeza ao conseguirem quatro medalhas de ouro numa só edição. Jackie Joyner-Kersee, Florence Griffith Joyner e Michael Johnson foram outras gazelas das pistas, que ouviram repetidamente o hino norte-americano "The Star-Spangled Banner" no lugar mais alto do pódio olímpico. Na natação, a bandeira das riscas e das estrelas também tem subido por muitas vezes ao mastro mais alto. Um dos grandes culpados foi Michael Phelps, o mais medalhado de sempre do historial olímpico, com 28 presenças no pódio. Mas nada disso faz esquecer o enorme desempenho do nadador Mark Spitz, que conseguiu sete medalhas de ouro em Munique 1972. Na ginástica, a tetracampeã olímpica Simone Biles batizou com o seu nome movimentos físicos que só ela conseguia. Nos courts, os tenistas norte-americanos Jimmy Connors, John McEnroe, Pete Sampras, Andre Agassi ou as irmãs Serena e Venus Williams foram enormes nas raquetadas. Tiger Woods teve pontaria com as tacadas nos buracos, como um dos maiores do golfe. E nos ringues, Muhammad Ali e Mike Tyson são pesos-pesados históricos do boxe que se habituaram a terminar os combates de luvas no ar, em jeito rockyano de glória.