Ouça a M80, faça o download da App.
Agência Lusa
29 abril 2024, 16:26
Partilhar

Hamas recebe proposta de cessar-fogo de 40 dias

Hamas recebe proposta de cessar-fogo de 40 dias
EPA - MOHAMMED SABER
Agência Lusa
29 abril 2024, 16:26
O MNE britânico refere que a proposta prevê a suspensão das hostilidades durante 40 dias e a libertação de reféns e prisioneiros.

Uma proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza foi apresentada ao movimento islamita palestiniano Hamas, prevendo a suspensão das hostilidades durante 40 dias e a libertação de reféns e prisioneiros, declarou hoje o chefe da diplomacia britânico, David Cameron.

“Uma proposta muito generosa de um cessar-fogo de 40 dias e da libertação de milhares de prisioneiros palestinianos em troca da libertação dos reféns” foi apresentada ao Hamas, disse Cameron numa reunião do Fórum Económico Mundial na capital saudita, Riade.

Uma delegação do Hamas é hoje esperada no Egito para dar uma resposta à mais recente proposta dos mediadores para uma trégua na Faixa de Gaza associada à libertação dos reféns em poder do movimento islamita palestiniano, após quase sete meses de guerra entre Israel e o Hamas naquele território palestiniano.

“Espero que o Hamas aceite este acordo e, francamente, toda a pressão do mundo e todos os olhos devem estar hoje postos nele para lhe dizer que aceite este acordo”, afirmou Cameron.

“O acordo proposto levará ao fim dos combates, que todos desesperadamente desejamos”, acrescentou.

O Egito, o Qatar e os Estados Unidos tentam há meses negociar um acordo entre Israel e o Hamas, e a recente dinâmica parece sugerir um novo impulso para pôr fim aos combates.

O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) britânico defendeu, além disso, um “horizonte político para uma solução de dois Estados”, com uma Palestina independente coexistindo com Israel.

“Os responsáveis [pelo ataque] de 07 de outubro, os dirigentes do Hamas, devem abandonar Gaza e as infraestruturas terroristas em Gaza devem ser desmanteladas”, sublinhou.

“O povo palestiniano deve ter um futuro político, mas a segurança de Israel também deve ser garantida, e estes dois elementos devem ocorrer a par um do outro”, concluiu.

A 07 de outubro do ano passado, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) – desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, matando 1.163 pessoas, na maioria civis.

Fizeram também 250 reféns, cerca de 130 dos quais permanecem em cativeiro e 34 terão entretanto morrido, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que hoje entrou no 206.º dia, continuando a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, e fez até agora na Faixa de Gaza 34.454 mortos, mais de 77.000 feridos e milhares de desaparecidos presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com números atualizados das autoridades locais.

O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que está a fazer vítimas - “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.