Papa Roach e Aerosmith nos lançamentos da semana
Com alguma discrição, os Papa Roach lançam hoje o seu 11º álbum, "Ego Trip". A banda norte-americana faz algumas colagens à pop, mas a ira do nu-metal ainda faz parte do ambiente de algumas canções, apesar do sub-género estar a ser descartado.
Camila Cabello publica nesta sexta-feira o terceiro álbum da sua carreira, "Familia", onde volta a evidenciar os ritmos latino-americanos tanto ao seu gosto. Não por acaso, o álbum da cantora de origem cubana é bilingue, nas línguas inglesa e castelhana. Ed Sheeran é um dos convidados especiais, com participação no tema 'Bam Bam'.
O ex-membro dos Buraka Som Sistema, Branko, faz uma viagem ao interior do país e ao interior das suas próprias memórias em "OBG", um obrigado abreviado, mas alargado a todos os que têm rodeado o produtor de eletrónica ao longo destes anos todos. Branko optou mais por samples e menos por participações vocais, em favor da experimentação eletrónica e em detrimento do formato das canções. O lançamento do disco é mesmo em cheio com a histórica edição de estreia do Sónar Lisboa, um grande evento de música eletrónica e tecnologia que se espalha pela capital e que começa hoje. Podem ver neste link a entrevista a Branko, que publicámos ontem.
O cantautor indie-pop Father John Misty embarca numa máquina do tempo em "Chloe and the Next 20th Century", numa viagem ao mundo dos velhos musicais, com o acompanhamento de uma big band, reforçando a sua elegância vocal e cancioneira. Nesse alargamento da sua nação estética, derrubou mais umas barreiras e meteu-se ainda na bossa nova. Se o virem em festivais de jazz em breve, não estranhem.
Jack White põe cá fora neste final de semana o primeiro de dois álbuns a solo deste ano, "Fear of the Dawn". O ex-lider dos White Stripes (e ligado aos Raconteurs e aos Dead Weather) continua uma fera indomável do rock & roll, puxando desta vez por uma certa bizarria.
É um dos álbuns mais aguardados deste ano no mundo indie-rock: a dupla inglesa Wet Leg edita nesta sexta-feira o seu longo de estreia, de título homónimo. As canções foram sendo servidas às fatias ao longo dos últimos meses e a partir de hoje está à disposição o bolo final: um recheio compacto de temas curtos, diretos ao assunto, sem meias tintas, sempre com a graça da frescura de quem se está a iniciar nisto.
"Broken Hearts Club" já não é o seu álbum de estreia e já não é nova nestas andanças, depois das experiências nos Internet e nos Odd Future, mas Syd promete ser outra das grandes revelações deste ano a par das Wet Leg, mas numa área mais próxima do r&b. Como concilia os seus tornados eletrónicos com a suavidade, é algo que só o seu talento pode explicar. Nós só temos que ouvir e, na verdade, soa bastante bem. Ainda "Broken Hearts Club" mal foi publicado e já está a causar furor na imprensa musical especializada.
Hoje saem também novos discos de Omar Apollo, "Ivory" (álbum de estreia), Vince Staples, "Ramona Park Broke My Heart", dos senhores da americana Calexico, "El Mirador", do multi-instrumentista Daniel Rossen (dos Grizzly Bear), "You Belong There", do guitarrista Filho da Mãe, "Terra Dormente", dos indie-rockers Romero, "Turn It On!", do DJ australiano Hayden James, "Lifted", de Kae Tempest, "The Line Is A Curve", de Orville Peck, "Bronco", e ainda a banda sonora assumida pelos Son Lux, da comédia "Everything Everywhere All At Once".
Os Aerosmith colocam no mercado a compilação de inéditos "1971: The Road Starts Hear", que se tratam de gravações anteriores ao lançamento do álbum de estreia homónimo. Depois de esgotada a edição limitada (sem surpresa) no Record Store Day, tomou-se a opção por este lançamento mais universal. Estas gravações foram esquecidas e julgadas perdidas, até à descoberta recente. Steven Tyler soa a um cantor de blues, e a guitarra elétrica de Joe Perry trata da ponte para o rock.
Concluímos este levantamento parcial dos lançamentos com a reedição do quinto e último álbum originais dos Pavement, "Terror Twilight" (de 1999), com um reforço robusto de mais 34 faixas à disposição dos fãs mais voyeuristas (a acrescentar ao alinhamento inicial de 11 temas), como sessões de estúdio em bruto e ensaios, além de gravações ao vivo e lado-b, numa catrefada de brindes que incluem ainda um livro com fotos inéditas da banda. Provindas desta álbum derradeiro, 'Spit on a Stranger' e 'The Hexx' são canções que podem muito bem ser tocadas pelos Pavement na próxima edição do festival NOS Primavera Sound, no Porto, a 10 de junho - será desta a esperada estreia ao vivo da banda de Stephen Malkmus e de Spiral Stairs no nosso país?
